Ty Segall é um dos nomes que mais vem se destacando na cena da nova psicodelia (que inclui o Thee Oh Sees, Kurt Vile, Sic Alps) nos últimos anos com seu som que pode ser descrito como “Neo-Garage Punk”. Em seu novo trabalho, Hair, ele se junta ao artista/banda californiano White Fence (Tim Presley), que também faz esse som retrô vindo dos anos 60.
O disco mais parece um EP, com somente oito músicas em 30 minutos, e passeia por essa vibe garageira e psicodélica pela qual Ty ficou famoso, contando com umas guitarras com reverberações bem vintage. Apesar de ser um álbum colaborativo, esse poderia ser um solo de Segall, já que a participação de Tim fica explícita somente nas faixas mais calminhas como Time e Tongues (primeira e última música, respectivamente).
Time abre o disco com riffs inspirados em George Harrison e já deixa confortável quem não está tão acostumado com essa sonoridade. O evidente gosto de Ty pelos anos 60 fica escancarado nas faixas Easy Ryder e Crybaby (com um piano inconfundível), já em Scissor People ele mostra uma veia mais Punk, quando, a partir dos dois minutos de música, entra uma sessão instrumental muito boa que lembra um pouco o Surf Rock.
Pode parecer estranho quando descrito assim, mas o álbum é construído sobre um Pop simples, no qual Ty Segall e Tim Presley só colocam uma sujeirinha e uma guitarra distorcida em cima de melodias chicletes. Esperamos que esse músico prolífico não pare de fazer mais trabalhos, já que seria ótimo conferir mais acertos como Hair no futuro.