Resenhas

Solids – Blame Confusion

Duo estreia bem em longa duração executando um Indie Rock/Noise Rock noventista feito gente grande

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Ano: 2014
Selo: Fat Possum Records/Dine Alone Records
# Faixas: 10
Estilos: Indie Rock, Noise Rock, Lo-Fi
Duração: 38:28
Nota: 3.5

Cada vez mais vemos resgates aos anos 1990. Seja no R&B, com Frank Ocean e inc., ou na nova safra de revivais do Emo da mesma época. Aqui, no caso da Solids, o que temos é o resgate à sonoridade do Indie Rock noventista de nomes como Dinosaur Jr. – principalmente do início de carreira – Superchunk e Guided by Voices, ou seja, uma mistura de um Rock despretensioso, com guitarras que variam desde riffs mais energizantes a dedilhados mais delicados mas cheios de espírito, além de doses de Lo-Fi – que dão um charme a mais às composições. E é esse som nostálgico e cativante que a banda estreia em seu primeiro álbum de longa duração intiulado Blame Confusion.

Formada em Montreal, Canadá, em 2009 por Xavier Germain-Potras e Louis Guillemette, a banda surgiu após Xavier ter ideias para um projeto que fugia da proposta do até então grupo do qual fazia parte, Expectorated Sequence. Assim, juntando-se com Louis estava formado o duo que se tornaria a Solids. Mesmo sendo apenas uma dupla, a banda mostra que não precisa de mais nenhum instrumento ou integrante além da guitarra e bateria para fazer um som coeso e completo.

Desde Cold Hands e sua ótima linha de bateria, Not Complaning e um vocal energético que nos faz lembrar de J. Mascis na época de Dinosaur; Traces e Haze Away e seus riffs carregado de fuzz e reverb mostrando um pouco de influência de Noise Rock por parte da banda, Terminal, que encerra o álbum com um riff cadenciado de início caindo nos moldes de bandas que apostavam em canções também mais depressivas, e a faixa título Blame Confessionals e seu instrumental mais etéreo, notamos que a banda consegue se mostrar uma boa conhecedora – e executadora – dos elementos de bandas das décadas de 80 e 90 e sabendo trabalhar suas variedades sempre de maneira muito competente e de modo bem harmonizado por toda a obra, sem que as faixas soassem dispersas e que perdessem uma identidade unitária.

Apesar da sonoridade de Solids ser apenas um resgate de algo já existente, o Indie Rock/Lo-Fi/Noise do final dos anos 80 e início do anos 90, a qualidade é digna dos nomes que figuram essa época. E o que mais nos impressiona é que isso vem apenas de duas pessoas e de um banda de apenas cinco anos de existência. Tais fatos só tornam Solids ainda mais interessante de se ouvir e um nome para os fãs do estilo ficarem atentos, pois é garantia de um som de primeira qualidade do começo ao fim.

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ARTISTA: Solids

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).