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Desde a primeira notícia sobre sua existência, ficou a sensação que Banda do Mar, mais do que qualquer outro grupo novo, precisava provar o valor que tem. Uma coisa, afinal, é um desconhecido começar um projeto e ganhar nossa simpatia e aprovação com o tempo e muito trabalho, outra é uma reunião de gente de grande reconhecimento que vira notícia desde o primeiro segundo. E se a aprovação já tinha vindo com seu álbum, fica agora nossa verdadeira admiração pelo trio após show feito em São Paulo no último 31 de outubro.
Com transmissão pela TV (Canal Bis), a apresentação tinha hora marcadíssima pra começar e terminar, mas seguiu um ritmo ótimo e dinâmico, sem ficar corrido e com um repertório de vinte músicas, incluindo uns sucessos de Mallu, outros de Camelo, o hit dos dois juntos (Janta) e Além do que se Vê (Los Hermanos) em um dos momentos mais marcantes da noite, com Marcelo na guitarra e um uníssono do público de braços arrepiados pra cima. Hey Nana (talvez a melhor ao vivo) ganhou mais presença, enquanto Pode Ser e Dia Clarear esbanjavam sentimento, tudo na dose certa.
Logo na primeira música (Cidade Nova, que também abre o disco), ficou claro o clima de festa que a noite teria a partir dali, com dancinhas espontâneas dos músicos (todos uniformizados com uma camiseta de “equipe” – um pequeno gesto de humildade e unidade da banda com sua produção) e a plateia toda cantando todas as faixas em alto e bom som. Como muitos andam comentando, fazia mesmo muito tempo que não se via uma comoção dessas no Brasil nesse meio popular-não-popularesco.
A escolha das músicas foi certeira (teve momento de Marcelo com banda e solo, Mallu idem), a emoção era expressada sem ser piegas e o clima era mesmo de reunião entre pessoas com uma só paixão em comum. Com a bateria de Fred trazida pra frente do palco (já que ele é visto com timidez por nosso público, que acaba de conhecê-lo), foi como reatar amizade com velhos conhecidos que não víamos há um bom tempo e que trouxeram com eles novas experiências e nomes.
O resultado? Uma noite sem defeitos e que, por si só, já deixou saudades.
