Kakkmadaffakka – Beco 203, São Paulo

Noruegueses comandam uma verdadeira festa na capital paulista

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Fotos: Fábio Junior/Beco 203
Nota: 4.5

Já faz algum tempo que acompanhamos esse grupo norueguês de nome esquisito e som extremamente divertido. Resenhamos os dois mais recentes álbuns do grupo (Hest e Six Months Is A Long Time) e até batemos um papo com os integrantes nesta semana. A ansiedade para o show era grande (pelo menos de minha parte) e, em uma situação como esta, é impossível não criar expectativas. O problema de criá-las é que muitas vezes elas não são inteiramente supridas, ou pelo menos essas obsessões eram bem melhores em nossas cabeça. Felizmente, a apresentação de Kakkmadaffakka em São Paulo, no Beco 203, excedeu tudo o que eu esperava desse coletivo europeu.

Com um pequeno atraso (de não mais de dez minutos), o grupo subiu ao palco. Primeiro, um dos gêmeos dançarinos brandindo uma grande bandeira com o nome do grupo. O baterista subiu em seguida e começou criar um fundo rítmico dançante para acompanhar a entrada dos demais membros. Então, subiu o guitarrista e começou a tocar seu instrumento e assim, um a um, todos os oito integrantes da banda estavam no palco e a postos para comandar uma verdadeira festa. Desde esse primeiro momento, deu pra notar que o show continuaria nesse nível de animação noite adentro.

Se a banda parecia animada em tocar sua músicas, o público parecia igualmente animado por ouvi-las, criando uma sinergia que poucas vezes vi em apresentações por aqui. Por se tratar de um show financiado por fãs, para todo lugar que olhava, todos pareciam saber as letras e as cantavam a plenos pulmões ou pelo menos dançavam enlouquecidamente ao enérgico misto sonoro do grupo. O público foi o nono integrante da banda e fez o show se tornar um verdadeiro espetáculo.

O set foi composto por músicas dos dois mais recentes álbuns da banda, um desfile de faixas animadas e dançantes que não deixaram os fãs parados. Sucessos de de Six Time Is a Long Time, como Young, Someone New, Forever Alone, Bill Clinton, No Song, Gangsta No More e Never Friends, se misturaram aos de Hest (que me pareceram ser mais comemoradas pelos espectadores), como Restless, Your Girl, Self-Esteem, Make The First Move, Touching, Heidelberg, Gangsta e Drø Sø. Em uma especie de rodizio de vocalistas, os irmãos Axel e Pål Vindenes se revezavam nos microfones (e até mesmo o baixista Stian Sævig assumia os vocais em algumas faixas). Em certos momentos, Pish (Pål) largava sua guitarra e incumbia-se somente o papel de cantar e fazer uma pequena performance em frente à plateia.

Com oito músicos em cima de um palco relativamente pequeno era bem difícil acompanhar o que cada um estava fazendo, ainda mais quando os gêmeos dançarinos e backing vocals roubavam a cena com suas divertidas coreografias para cada uma das faixas. Eles estavam no canto do palco, porém era impossível não prestar atenção em suas danças, ainda mais quando parte da plateia entrou no clima da brincadeira e começou a acompanha-los. Em algumas das canções o duo ia até o centro do palco para realizar alguma coreografia mais performática, arrancando alguns sorrisos e risadas do público que também dançava ser parar na pista. Posso dizer que o show não seria o mesmo sem a presença de Svere e Martin Sande, que são uma parte importantíssima da banda.

No geral, esse foi um show impecável, em que banda e plateia se entenderam muito bem, seja com as interações em inglês entre uma faixa e outra, nos pedidos de Axel para o público gritar um “Yeah!” ou “Oh Yeah!” e, é claro, nas músicas, cantados por grande parte dos presentes. Creio que esse se tornou um show inesquecível não somente os fãs, mas para os músicos, que prometeram voltar no futuro.

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MARCADORES: Show

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts