Real Estate – Pitchfork Music Festival 2012

Menos praiana ao vivo e com um instrumental impecável, a banda nos transporta para um ambiente tranquilo e delicioso

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Fotos: Monkeybuzz
Nota: 4.0

Não queria bater novamente na tecla do calor que fazia em Chicago naquele final de semana, mas acho que não há como não conectá-lo com o clima praiano do *Real Estate. Retornando ao festival em que já tocaram em 2010, a banda vinha desta vez, não mais como estreantes e sim como músicos mais experientes e que consguiram emplacar dois primeiros álbuns muito acima da média, um homônimo em 2009 e [Days*](http://wordpress-214585-650819.cloudwaysapps.com//resenhas/albuns/73/real-estate—days/) presente nas melhores listas de discos do ano.

Por incrivel que pareça, o som da banda é muito menos praiano ao vivo e muito mais Rock ‘n Roll, com o vocal e bateria em um nível acima do restante dos instrumentos, tirando um pouco do clima mais etéreo e dando mais corpo à música dos garotos. Aliás, não há como não destacar a qualidade deles como intrumentistas. Principalmente nas faixas do último trabalho em que há lindos trechos sem vocal, eles conseguem criar um clima quase hipnótico, te levando para algum lugar desconhecido mas bem longe da cidade e mais perto do mar sem dúvida alguma.

A plateia apesar de conhecer a maior parte das músicas, me pareceu menos empolgada do que eu imaginava, já que após todos os elogios recebidos pelo Real Estate, acreditei que eles chegariam já com “status de headliners”. As faixas de Days eram as preferidas e mais comemoradas toda vez que começavam.

Pelo que pude reparar, o grosso da apresentação foi montado em cima do último disco, com algumas boas inserções do primeiro, como a boa Beach Comber. Mas o melhor os rapazes deixaram para o final e mandaram uma trinca linda que levantou qualquer um que tivesse sido atingido pelo calor. O hit dançante It’s Real fez todo mundo pular e, para alguns, foi o momento que esperavam para deixar o show e procurar um lugar na sombra. Azar deles, já que perderam de ver ao vivo aquela que, na minha opinião, é uma das mais belas e – repito – hipnóticas faixas instrumentais recentes.

Para encerrar, All The Same, com seu refrão melancólico e parte final instrumental de mais de 4 minutos, foi o primeiro momento em que caiu a ficha de que já era domingo à tarde e começou a bater uma saudade daquele fim de semana maravilhoso, pois, pelo menos para mim, viriam em seguida apenas Beach House e Vampire Weekend para encerrar os três dias de evento.

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Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.